Tudo é sobre ciclos 3: Treinar… quem disse que seria fácil?
Quanto mais estudo sobre o corpo, maior é a minha paixão e interesse pelo mesmo. Hoje acredito que temos a máquina mais perfeita do universo e que supera qualquer tipo de tecnologia mais avançada que possa existir atualmente.
A fisiologia dos diversos sistemas do corpo humano, na saúde e na doença cooperam em vários ciclos distintos e específicos de trabalho, orquestrando uma infinita série de condutas para nos proporcionar a vida.
E o que a ciência vem descobrindo nos últimos anos é que da mesma forma cíclica em que o corpo cuida e coopera para nos manter vivos, deveríamos cooperar e cuidar ciclicamente do mesmo.
Por este motivo, no que diz respeito ao exercício físico como estratégia para otimizar a saúde, os estudos mais recentes apontam para treinos organizados dentro de uma alternância de estímulos onde em determinados momentos o corpo é desafiado a sair da sua zona de conforto.
Existe uma tendência, principalmente para os portadores de doenças crónicas, em se exercitar através de exercícios com características lineares e de baixa intensidade. Na realidade, o que as pesquisam mostram é que ao escolhermos apenas este tipo de estímulo confortável, estamos privando nossos corpos de usufruir de mais um tipo de estratégia com resultados que podem potencializar a saúde.
Como é óbvio, para quem não faz nada, é preferível fazer qualquer coisa do que estar parado o dia todo e para quem está iniciando é necessário no mínimo nas primeiras 2 – 4 semanas treinar com baixas intensidades para adaptar o corpo. Entretanto, para quem já pratica a algum tempo e/ou passou da fase de adaptação, independente da idade e condição de saúde, é mesmo necessário estímulos mais intensos. Contudo, o que é intenso para mim pode ser muito diferente do que é intenso para outra pessoa, a isso chamamos de individualidade biológica e é aqui que mora a possibilidade de todos treinarmos em alta intensidade adequando sempre a prática à especificidade de nossos corpos.
Para terem uma ideia, nossos corpos têm aproximadamente 600 músculos que são verdadeira reservas de substancias anti-inflamatórias, ou seja, ao praticar exercícios podemos ativar dentro de nós uma verdadeira farmácia de paracetamol, ibuprofenos e corticóides naturais.… Essas substâncias conhecidas como mioquinas anti – inflamatórias são similares às libertadas pelo sistema imunológico no processo de cura, reparação e defesa do organismo humano.
E a única forma de estimularmos significativamente essa função de nossas musculaturas será quando acrescentamos o principio de hormese que foi explicado no artigo anterior (Tudo é sobre ciclos 2), lembram? Traduzindo, por meio de treinos que promovam um stress ao corpo curto e que envolva grandes cadeias musculares ao mesmo tempo criamos mecanismos de respostas a nível celular que vão gerar novas células, aumentar a resistência e a longevidade das mesmas, etc.
Não fomos desenhados para estarmos inativos por longos períodos de tempo e mais, é de suma importância treinar com alta intensidade periodicamente. Pode não ser fácil, concordo… mas quem disse que seria?
Um Corpo em boa condição física, emocional, psicológica e espiritual é o requisito essencial para uma vida de Felicidade. Vamos cuidar do teu?